Anti-Anti-Por Rachel P.

"Eu vou te dar um papo, vê se para de gracinha. Eu dô pra quem quiser, que a porra da buceta é minha. É minha, é minha! A porra da buceta é minha!" -POPOZUDA,Valeska. 

Antes de começar esse texto, eu preciso que você saiba duas coisas:
1- A pílula anticoncepcional e a pílula do dia seguinte são medicamentos, e sendo o anticoncepcional um medicamento de uso contínuo, é mais do que necessário haver acompanhamento de um gineco em sua vida. 2- Como todo medicamento, existe a possibilidade de reações adversas, então, novamente: anticoncepcional não é balinha, bora passar no gineco pelo menos uma vez ao ano, pra cuidar desse corpo delícia, ok?

 Dito isso, vamos ao que interessa: desde o final de maio está sendo discutido pela Comissão de Seguridade Social e Família a fiscalização da exigência de receita para a compra de medicamentos com tarja vermelha e isso inclui as pílulas anticoncepcionais e do dia seguinte.

 A ANVISA já exigia a prescrição para a compra desses medicamentos, isso não é novidade. Acontece que o que se discute em relação aos anticoncepcionais é que enquanto medicamento de uso contínuo e um dos pilares do planejamento familiar, somado à escassez de médicos na rede pública de saúde, dá para imaginar o impacto de uma medida como essa no nosso frágil sistema de saúde.

 E mesmo diante do uso indevido dos anticoncepcionais se o mesmos tornarem-se medicamentos isentos de prescrição, os riscos são menores dos que os causados por uma gravidez não planejada.

 É fácil pensar em meninas como nós, com acesso à médicos particulares e planos de saúde. Fácil conseguir uma receita, certo? Acontece que eu só consigo pensar nas moças de cidades pequenas, que o SUS não atende adequadamente e sem condições de pagar por uma consulta com um ginecologista, não conseguindo assim fazer uso do anticoncepcional. Ou, depois de uma transa onde a camisinha tenha estourado, não conseguir dentro das 72 horas a prescrição da pílula do dia seguinte. E ai, como fica? Não temos direito ao aborto e ao cercearem nosso acesso aos anticoncepcionais, fico com a sensação de retrocesso, de que estamos perdendo o poder de controlar nossos próprios corpos.

 Não dá pra esquecer da necessidade de uma boa educação sexual, que é apenas sinônimo de saúde e cuidados com o seu corpo, que é lindo e único. E como foi bem lembrado aqui, essa medida não afeta apenas nós, mulheres cis, mas também mulheres trans, que fazem uso de hormônios.

 Se você é a favor de que os anticoncepcionais sejam incluídos na lista de medicamentos isentos de prescrição, assine esta petição:

https://www.change.org/petitions/ger%C3%AAncia-geral-de-medicamentos-da-anvisa-inclua-anticoncepcionais-na-lista-de-medicamentos-isentos-de-prescri%C3%A7%C3%A3o


PS da Camila: Agora temos uma colaboradora muito especial para mim, Rachelis, que escreve o incrível De Qualquer Tamanho, e vai trazer alguns assuntos polêmicos em geral para gente, que tal assinar a petição e depois se deliciar com o blog incrível dela?

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